Groenlândia rejeita ameaças de anexação de Trump!
Os principais partidos políticos da Groenlândia emitiram uma declaração conjunta para condenar o comportamento “inaceitável” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que parece ter intensificado sua campanha para assumir o controle da ilha. Os líderes de todos os partidos do Inatsisartut, o parlamento groenlandês, manifestaram que “não podem aceitar as repetidas declarações sobre anexação e controle da Groenlândia”. Essa declaração foi organizada pelo primeiro-ministro interino Mute B Egede, cujo partido enfrentou uma derrota nas eleições recentes.
Em suas redes sociais, Egede expressou: “Nosso país nunca será os EUA e nós, groenlandeses, nunca seremos americanos. Chega de ser tratados com desrespeito.” A Groenlândia, a maior ilha do mundo, localizada entre os oceanos Ártico e Atlântico, está sob o controle da Dinamarca há aproximadamente 300 anos. Embora governe seus próprios assuntos internos, as decisões relacionadas à política externa e de defesa são tomadas em Copenhague.
Os interesses dos EUA na Groenlândia são longos, incluindo a presença de uma base militar na ilha desde a Segunda Guerra Mundial. Trump também pode estar interessado nos minerais raros que poderiam ser extraídos na região. As declarações do presidente americano sobre a anexação colocaram a Groenlândia em uma posição defensiva, e suas conversas com o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, provocaram mais alvoroço, especialmente quando ele insinuou que poderia ser necessário o apoio da OTAN para se apoderar da ilha.
Trump afirmou: “Sabe, Mark, precisamos disso para a segurança internacional… temos muitos dos nossos favoritos circulando pela costa, e devemos ter cuidado.” Quando questionado sobre a possível anexação, Trump comentou: “Eu acho que isso vai acontecer.” Rutte, que foi criticado por não ter reprimido Trump, optou por evitar o assunto, dizendo que não queria arrastar a OTAN para isso, mas aproveitou a ocasião para enfatizar a importância da segurança no Ártico.
A declaração conjunta dos políticos groenlandeses destacou que estão unidos em sua oposição ao plano de Trump. “A Groenlândia continua o trabalho pela Groenlândia”, afirmaram, reforçando a importância de criar um diálogo respeitoso e construtivo. A decisão de se manifestar veio poucos dias após as eleições, nas quais o Partido Democrático, de centro-direita, conquistou uma vitória inesperada. Seu líder, Jens-Frederik Nielsen, está em negociações com outros partidos para formar uma coalizão e se tornar o novo primeiro-ministro.
Os eventos recentes refletem uma crescente tensão entre a Groenlândia e os EUA, à medida que a ilha busca afirmar sua soberania e identidade nacional diante das ambições externas. As afirmações de Trump não só acenderam a indignação local como também ressaltaram a necessidade de uma posição unificada entre os líderes groenlandeses, focados em preservar os interesses da ilha e garantir respeito nas relações internacionais.
Leia o texto original em: https://www.bbc.com/news/articles/c2ljrjeqzq4o