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Corte de Fundos Afeta Mídia e Liberdade de Imprensa

Recentemente, a mídia estatal chinesa elogiou a decisão de Donald Trump de cortar o financiamento público para veículos de comunicação como a Voice of America (VOA) e a Radio Free Asia (RFA). Esses canais têm uma longa história de reportagens críticas sobre regimes autoritários, como o da China. A medida, que já colocou cerca de 1.300 funcionários da VOA em licença remunerada, é vista por críticos como um retrocesso para a democracia.

O governo dos EUA defendeu a decisão, alegando que ela visa garantir que os contribuintes não financiem mais o que chamaram de “propaganda radical”. As reduções de orçamento afetam a Agência de Mídia Global dos EUA (USAGM), que financia a VOA e outros canais. Esses veículos são reconhecidos internacionalmente por seu trabalho em lugares onde a liberdade de imprensa é severamente restringida, como na China, Camboja, Rússia e Coreia do Norte.

Beijing aproveitou a oportunidade para criticar ainda mais a VOA, chamando-a de “fábrica de mentiras” e alegando que sua credibilidade foi comprometida com a decisão do governo americano. A Global Times, um jornal estatal, declarou que a VOA e a RFA estavam “paralisadas” e que a decisão de Trump seria um grande alívio para a China.

Vários especialistas e jornalistas, como Valdya Baraputri, da VOA, expressaram sua preocupação com as consequências desses cortes. Afinal, a eliminação da VOA permite que canais com informações não precisas se expandam e prosperem. Baraputri também destacou o medo de que colegas jornalistas possam ser forçados a retornar a países que, sob regimes autoritários, os perseguiriam.

Fundada durante a Segunda Guerra Mundial, a VOA chega a cerca de 360 milhões de pessoas todas as semanas em quase 50 idiomas. O impacto do seu trabalho foi significativo em diversas regiões do mundo, incluindo na formação do entendimento de inglês por muitos cidadãos chineses. O diretor da VOA, Michael Abramowitz, afirmou que os cortes prejudicam a VOA enquanto os adversários dos EUA, como Irã, China e Rússia, investem em narrativas falsas para desacreditar os Estados Unidos.

A situação está se tornando crítica; a RFA planeja contestar a ordem de Trump, argumentando que os cortes beneficiam ditadores e tiranos, permitindo que influências nocivas proliforem sem controle. Em um mundo onde a censura ainda é uma realidade, a eliminação de vozes como a da VOA e RFA é um caminho perigoso para a liberdade de expressão.

Por fim, a preocupação predominante entre aqueles que dependem da VOA e RFA fora da China é que a voz dos ditadores se torne a única disponível na narrativa global. Como ressalta Du Wen, um dissidente chinês, as vozes da VOA e RFA sempre ofereceram esperança em tempos de escuridão, e se o mundo livre decidir permanecer em silêncio, essa esperança corre o risco de desaparecer.

Texto escrito com base no artigo (em inglês).

Leia o texto original em: https://www.bbc.com/news/articles/cvgwzmj9v34o