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Despedida a Paddy Hemingway, último piloto da Batalha da Grã-Bretanha

John “Paddy” Hemingway, o último piloto sobrevivente da Batalha da Grã-Bretanha, faleceu aos 105 anos. Natural de Dublin, ele se juntou à Royal Air Force (RAF) ainda adolescente, antes do início da Segunda Guerra Mundial. Com apenas 21 anos, Hemingway atuou como piloto de caça na Batalha da Grã-Bretanha, um conflito aéreo que durou três meses, onde as forças aéreas britânicas defenderam o país contra a intensa ofensiva da Luftwaffe, a força aérea alemã.

O Primeiro-Ministro britânico, Sir Keir Starmer, prestou homenagens a Hemingway, ressaltando que a coragem dele e de outros pilotos da RAF ajudou a pôr fim à Segunda Guerra Mundial e a garantir a liberdade. Os combatentes que participaram dessa batalha ficaram conhecidos como “The Few”, em referência ao famoso discurso de Winston Churchill, que destacou a enorme dívida que a sociedade tinha com aqueles que enfrentaram uma luta tão difícil.

A RAF anunciou que Hemingway faleceu tranquilamente. Durante seu tempo na guerra, seu esquadrão abateu 90 aeronaves inimigas em um período de 11 dias em maio de 1940 e forneceu cobertura para tropas aliadas durante a Batalha da França. Hemingway foi derrubado quatro vezes ao longo do serviço, enfrentando situações extremamente perigosas. Em agosto de 1940, ele teve que se lançar de seu caça Hurricane em duas ocasiões distintas, uma vez caindo no mar e outra em uma área pantanosa.

A destreza e bravura de Hemingway foram reconhecidas quando ele recebeu a Cruz de Voo Distinta em julho de 1941, um prêmio concedido a membros da RAF em reconhecimento a atos de coragem em operações ativas. No entanto, sua trajetória não foi isenta de desafios. Enquanto estava a caminho de receber seu prêmio, Hemingway teve que escapar de um avião Blenheim que caiu durante a decolagem.

Durante sua carreira, ele também serviu na 85ª Esquadrão da RAF em Hunsdon, onde enfrentou problemas técnicos que o forçaram a sair de um avião Havoc a uma baixa altitude. Com ferimentos, ele teve que lidar com situações complicadas, como quando seu paraquedas não se abriu corretamente, levando-o a uma aterrissagem forçada em uma árvore. Em outro incidente na Itália, após seu caça Spitfire ser atingido, Hemingway caiu em território inimigo, mas foi auxiliado por cidadãos italianos que o ajudaram a se reunir com suas tropas aliadas.

Em 2023, em uma entrevista ao BBC News NI, Hemingway declarou que nunca buscou reconhecimento por sua participação na Batalha da Grã-Bretanha, apenas cumprindo seu dever durante a guerra. Ele expressou tristeza pela perda de amigos, especialmente Richard “Dickie” Lee, que morreu em agosto de 1940.

A RAF comentou que o falecimento de Hemingway representa o “fim de uma era”, sublinhando os sacrifícios feitos por aqueles que lutaram pela liberdade durante a Segunda Guerra Mundial. O comunicado destacou que a coragem dele diante de adversidades reflete o dever e a resiliência britânica. Além disso, enfatizou o caráter de Hemingway, que sempre lembrava com carinho os momentos divertidos que passou com colegas nas missões na França e Londres.

Sir Rich Knighton, chefe do Estado-Maior da RAF, compartilhou que passou um tempo com Hemingway em Dublin, descrevendo-o como uma pessoa incrível cuja história de vida encapsula o que há de melhor na Royal Air Force.

Leia o texto original em: https://www.bbc.com/news/articles/cvg1z42pkj8o