Canadá e EUA: A Guerra das Tarifas

A ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly, afirmou em entrevista à BBC que acredita que o país pode vencer a guerra comercial iniciada por uma série de tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Ela destacou que o Canadá é o maior cliente dos Estados Unidos, comprando mais do que China, Japão, Reino Unido e França juntos.
Joly comentou que as tarifas e os preços elevados são prioridades para os canadenses, especialmente com a proximidade das eleições gerais, nas quais os cidadãos irão escolher um novo primeiro-ministro. O governo dos EUA, sob Trump, impôs tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio do Canadá, além de planos para aplicar tarifas adicionais no dia 2 de abril.
Segundo Joly, as economias dos dois países estão profundamente interligadas, o que dá ao Canadá uma posição de influência. “Temos a maior alavancagem do mundo em relação aos EUA”, disse. Ela também mencionou que não são apenas os canadenses que sofrem com as tarifas, mas também os trabalhadores americanos.
Joly acredita que os americanos têm um papel crucial na resolução do conflito comercial, pois são eles que podem enviar a mensagem necessária a seus legisladores para pôr fim à guerra de tarifas. Ela enfatizou que ambos os empregos canadenses e americanos estão em risco devido a essas medidas.
O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, prometeu tarifas recíprocas se as ameaças de Trump se concretizarem, potencializando a tensão entre os dois países. Esse clima de incerteza já provocou protestos em cidades canadenses, como o movimento
elbows up
em Toronto. Com uma referência ao hóquei, o slogan simboliza a defesa e a resistência do Canadá frente às tarifas.
Na mesma entrevista, Joly foi questionada sobre as próximas eleições federais. Há rumores de que Carney pode convocar eleições antecipadas, e Joly afirmou que o partido Liberal deseja um mandato forte do povo canadense para lidar com a ameaça das tarifas de Trump. Os canadenses estão preocupados com os eventos na Casa Branca e buscam um líder com valores sólidos.
A corrida eleitoral provavelmente se dará entre Carney e o líder conservador Pierre Poilievre. As tarifas, para Trump, são parte de sua visão econômica geral, com o objetivo de impulsionar a manufatura nos EUA e proteger empregos, além de aumentar a receita tributária e equilibrar a balança comercial americana.
Trump inicialmente concentrou suas tarifas em bens da China, México e Canadá, que compõem mais de 40% das importações dos EUA. Entretanto, ele também acusou esses países de não fazer o suficiente para conter a imigração e o tráfico de drogas, como o fentanil, uma alegação que todos os três países rechaçaram.
Texto escrito com base no artigo.