Expectativas para Acordos de Paz em Riad

As negociações em Riad entre os EUA e a Ucrânia, e também com representantes russos, têm gerado expectativas quanto a um possível cessar-fogo na guerra. O governo dos Estados Unidos busca uma pausa parcial e, posteriormente, um acordo de paz abrangente. O que se espera destas reuniões? A resposta a essa pergunta depende de quem você escuta.
Steve Witkoff, enviado pessoal do ex-presidente Trump, acredita que a paz é uma possibilidade real, afirmando que “ele (Putin) quer paz” e que pode haver progresso nas conversas em Riad. Por outro lado, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, tentou minimizar as expectativas, mencionando que “estamos apenas no início desse caminho”.
A Ucrânia sofreu um de seus ataques mais pesados no último sábado, com três mortos, incluindo uma menina de cinco anos. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu por uma ordem verdadeira de Putin para parar os ataques, insistindo que “aquele que trouxe esta guerra deve retirá-la”.
Enquanto isso, o Kremlin não parece apressar-se para aceitar um cessar-fogo. Putin listou várias “nuâncias” que precisam ser atendidas antes de concordar com o cessar-fogo de 30 dias proposto por Washington, que já foi aceito por Kiev.
As conversas iniciadas em Riad abordam também questões técnicas como a segurança de instalações de energia e infraestrutura crítica. As rotas de navegação no Mar Negro estão em pauta, com a Rússia mostrando interesse em reviver um acordo que permitiria a exportação de grãos da Ucrânia sem ataques, em troca de alívio nas sanções.
Os ataques destrutivos entre os dois países têm piorado as condições de vida. A Rússia tem como objetivo jogar a Ucrânia em um inverno gélido ao bombardear suas instalações de energia, enquanto a Ucrânia tem realizado ataques a longo alcance em instalações russas essenciais para o esforço de guerra.
O ex-presidente Trump deseja uma rápida conclusão deste conflito, que já se tornou a guerra mais devastadora da Europa desde 1945, com um número alarmante de vítimas em ambos os lados. A liderança ucraniana, ainda se recuperando de um recente desentendimento com Washington, tenta convencer os EUA de que não é o obstáculo para a paz.
Durante negociações em Jeddah, a Ucrânia aceitou imediatamente um cessar-fogo abrangente proposto pelos EUA, colocando a responsabilidade em Moscou. No entanto, os EUA não têm pressionado abertamente a Rússia para que concorde com o cessar-fogo. Diversas declarações de Witkoff em uma entrevista recente vão na contramão da postura europeia, sugerindo que a Ucrânia é “um país falso” e que Putin pode ser confiável.
Texto escrito com base no artigo.