Mata Atlântica: Qualidade da Água dos Rios em Queda

Em 2024, a qualidade da água dos rios da Mata Atlântica apresenta um cenário alarmante, revelando que o problema da poluição hídrica permanece crítico. O relatório ‘Observando os Rios 2025’, da Fundação SOS Mata Atlântica, mostra que, dos 145 pontos de coleta de 67 municípios em 14 estados, apenas 11 locais (7,6%) foram classificados como de qualidade boa, e, pela segunda vez consecutiva, nenhum ponto alcançou a classificação ótima. Essa situação é um forte indicativo de que ações efetivas para a recuperação dos rios são urgentes.
A água considerada como “regular” indica que está “muito impactada pela poluição” e requer tratamento para o consumo humano. No comparativo com 2023, o número de rios com qualidade ruim aumentou, e quatro locais, incluindo o poluído Rio Pinheiros em São Paulo e o Ribeirão dos Meninos, apresentaram qualidade péssima. O comprometimento da saúde pública e da biodiversidade é crítico quando a qualidade da água é classificada como ruim ou péssima.
O relatório ressalta a importância de um olhar atento por parte de gestores públicos e da sociedade civil em geral, uma vez que menos de 10% dos pontos monitorados apresentaram qualidade boa. Esse cenário exige um esforço coletivo para mudar a realidade das águas da Mata Atlântica, que ainda está muito longe do ideal.
Embora a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) de São Paulo tenha anunciado iniciativas significativas, como a remoção de sedimentos do Rio Tietê e do Rio Pinheiros, a situação ainda é preocupante. Nos últimos dois anos, gastaram-se R$ 93 milhões na retirada de 600 mil metros cúbicos de sedimentos do Rio Pinheiros e R$ 148 milhões na coleta de 83,4 mil toneladas de lixo flutuante do mesmo rio. Essas despesas mostram o tamanho do desafio em termos de saneamento e recuperação ambiental na região.
Dados da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) indicam que houve uma leve melhora no Índice de Qualidade da Água (IQA) do Rio Pinheiros de 2023 para 2024, onde um ponto foi classificado como regular e três pontos com qualidade ruim. Embora essa variação apresente algum avanço, a ausência de pontos considerados excelentes indica que os desafios continuam a exigir atenção.
A degradação dos rios não afeta apenas a fauna e flora locais, mas também as comunidades que dependem desses recursos para suas atividades. Portanto, a conscientização sobre a necessidade de proteção e recuperação das nossas águas é imprescindível para garantir a saúde de todos.
Texto escrito com base no artigo.