O Caso Hakamata: Justiça Tardia e Um Pagamento Histórico
Iwao Hakamata, um japonês de 89 anos, passou quase 50 anos no corredor da morte antes de ser absolvido de assassinato, em um caso que se tornou o mais longo da história do Japão. Hakamata foi condenado em 1968 por matar seu chefe, a esposa dele e os dois filhos, mas um novo julgamento, realizado em 2022, resultou em sua libertação. Essa reintegração foi amplamente celebrada, refletindo uma grande vitória para os direitos humanos e a justiça no país.
Recentemente, os advogados de Hakamata conseguiram um pagamento recorde de 217 milhões de yenes (aproximadamente R$ 7,5 milhões) como compensação pelo longo período em que ele ficou detido. Este pode ser o maior pagamento por um caso criminal na história do Japão, o que destaca a gravidade das consequências enfrentadas pelo ex-presidiário ao longo dos anos.
A decisão foi proferida pelo juiz Kunii Koshi, que reconheceu que Hakamata sofreu dores mentais e físicas extremas durante seu tempo na prisão. Desde a sua libertação, Hakamata tem vivido sob os cuidados de sua irmã de 91 anos, Hideko, que lutou incansavelmente para provar a inocência do irmão.
O caso de Hakamata começou quando ele foi acusado de assassinar quatro pessoas e incinerar suas casas, além de roubar uma quantia em dinheiro. Embora tenha negado a acusação inicialmente, um confessionário extraído sob supostas torturas levou a sua declaração involuntária, resultando em uma condenação à pena de morte.
Após décadas de apelações e investigações que questionavam a validade da evidência, um novo julgamento foi concedido em 2014. Infelizmente, as prolongadas discussões legais postergaram a data de início do novo julgamento, que só aconteceu em outubro de 2022. As incongruências nas provas, incluindo a falta de correspondência do DNA encontrado, levantaram dúvidas significativas sobre a condenação original.
A história de Hakamata reacendeu o debate sobre falhas dentro do sistema judiciário japonês, especialmente em relação às confissões forçadas e à durabilidade das revisões judiciais. Sua liberação e a compensação recebida marcam um momento importante para a justiça no Japão e refletem um reconhecimento da gravidade das injustiças que ele enfrentou.
Artigo redigido com base no texto.