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Adoções Ilegais na Coreia do Sul: Um Capítulo Sombrio

O recente relatório da Comissão de Verdade e Reconciliação da Coreia do Sul revelou que mais de 170.000 crianças e bebês foram enviados para adoção no exterior em um programa polêmico, que se estendeu por várias décadas. A investigação, que teve início em 2022, destacou as graves violações de direitos humanos recorrentes nesse processo, com práticas fraudulentas e falta de fiscalização por parte do governo.

Desde a década de 1950, a Coreia do Sul se tornou o país que mais enviou crianças para adoção no mundo. A maioria das adoções ocorreu em países ocidentais, e a reportagem especial inclui relatos de adoção fraudulentos, falsificação de documentos e até coerção de mães biológicas. Park Sun-young, chairperson da comissão, descreveu essa situação como “uma parte vergonhosa da nossa história”.

Apesar de muitas crianças adotadas terem crescido em famílias amorosas, muitos ainda sofrem consequências emocionais devido ao processo de adoção falho. Um exemplo contar desta dor é a história de Inger-Tone Ueland Shin, que foi adotada ilegalmente por uma família norueguesa e passou por experiências traumáticas durante sua infância. Ela relatou que seus novos pais tratavam melhor o cachorro da família do que a ela.

A análise até o momento revelou que 56 das 100 petições examinado apresentaram evidências de violações de direitos humanos. Além disso, o relatório apontou falhas graves de supervisão, permitindo que agências privadas se beneficiassem financeiramente das adoções, sem garantir consentimento adequado das mães biológicas ou uma triagem correta dos adotantes.

Como resultado da investigação, foram recomendadas ações como um pedido de desculpas oficial do governo coreano, além do cumprimento de normas internacionais sobre adoções internacionais. Em resposta a esses relatos, a Coreia do Sul já iniciou a restrição do processo de adoção, implementando uma nova lei que centraliza as adoções internacionais sob a supervisão do governo, com início previsto para julho de 2023.

O governo coreano ainda não se manifestou oficialmente sobre o relatório, mas as mudanças já implementadas são um passo em direção a garantir que casos como os de Inger-Tone não se repitam. Embora muitos adotivos sintam uma dor semelhante, a esperança é que a verdade e a justiça prevaleçam sobre o que foi um triste capítulo na história do país.

Artigo redigido com base no texto.