Tarifas irreais: Impactos do imposto sobre carros nos EUA

Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a implementação de um imposto de importação de 25% sobre carros e peças de carros estrangeiros. Essa medida deixou os grandes fabricantes de automóveis em todo o mundo atordoados e gerou uma significativa desvalorização das ações de empresas como Toyota, BMW e Jaguar Land Rover. O impacto foi ainda mais severo para empresas americanas, com a General Motors experimentando uma queda superior a 7% em suas ações.
Apesar de Tesla ter um vínculo próximo com Trump, o CEO Elon Musk alertou que a montadora também não será imune às consequências tarifárias. Embora o Model Y seja considerado um dos carros mais fabricados nos EUA, apenas 70% de suas peças são locais, o que coloca a empresa em risco de aumento de custos.
Esses novos impostos podem atingir entre US$ 300 bilhões e US$ 400 bilhões em importações, que equivalem a cerca de 10% do total de bens que os EUA recebem anualmente. Espera-se que isso eleve os preços dos veículos em aproximadamente US$ 4.000 a US$ 12.000, afetando não apenas as montadoras, mas também os consumidores finais.
Montadoras como a Toyota, que possui várias fábricas nos EUA, ainda dependem de peças e modelos importados. A Toyota, por exemplo, produz o Highlander no território americano, mas o Prius é importado do Japão. Empresas como a Volkswagen também enfrentam o desafio, dependendo fortemente das importações de peças e carros.
Ainda que algumas empresas tentem redirecionar a produção para fábricas Americanas, economistas advertiram que isso pode resultar em preços mais altos e uma produção drasticamente reduzida nos principais parceiros comerciais dos EUA. O impacto será particulièrement significativo para fabricantes que atuam com marcas premium, como Jaguar Land Rover, Mercedes-Benz e Audi.
Diante do aumento dos custos devido às tarifas, algumas empresas, incluindo a Ferrari, já anunciaram reajustes de preços. O CEO do Anderson Economic Group, Patrick Anderson, alertou que essa situação pode levar à retirada de alguns modelos do mercado americano, diminuindo as opções para os consumidores.
No contexto das tarifas, Trump também propôs tarifas recíprocas, dependendo do saldo comercial com diferentes países, e já havia impostos sobre importações de aço e alumínio. As novas tarifas sobre veículos entrarão em vigor em abril e as de peças um mês depois.
Embora as peças fabricadas no México e no Canadá estejam temporariamente isentas dessas tarifas, a General Motors ainda pode enfrentar um aumento de custos em torno de US$ 10,5 bilhões, com a Ford lidando com um aumento estimado em US$ 2 bilhões. O impacto total estimado para a indústria pode ultrapassar US$ 80 bilhões.
Jennifer Safavian, presidente da Autos Drive America, comentou sobre as incertezas que as montadoras estão enfrentando, prevendo que essas tarifas resultarão em preços mais altos e menos vendas.