Musk e a Eleição da Suprema Corte de Wisconsin

A corrida eleitoral para preencher uma vaga na Suprema Corte de Wisconsin está chamando atenção não apenas pelo seu caráter local, mas também por sua conexão com Elon Musk, que, mesmo não aparecendo na cédula, tem se tornado uma figura central nesse embate. Considerada a disputa judicial mais cara da história dos EUA, com mais de $90 milhões gastos até agora, o magnata é responsável por injeções significativas de recursos, totalizando cerca de $20 milhões.
Os candidatos são Brad Schimel, conservador e apoiado pelo ex-presidente Donald Trump e Musk, e Susan Crawford, liberal e respaldada por Barack Obama e doadores democratas como George Soros. Essa eleição está prevista para ser bastante acirrada, com a possibilidade de mudar o controle da corte, que hoje está 4-3 a favor dos juízes liberais. Além disso, este pleito servirá como um termômetro para o sentimento dos eleitores em relação a Trump, especialmente em um estado que ele venceu por uma margem muito estreita no último pleito presidencial.
Ronneisha Mallet, uma jovem envolvida na mobilização de eleitores, destaca a importância dessa eleição, afirmando que os eleitores devem reconhecer que é mais do que uma disputa local, mas sim uma questão que pode impactar os rumos da política nacional. Embora eleições especiais normalmente apresentem baixa participação, a presença de Musk gerou grande emoção e mobilização, resultando em cerca de 644.000 votos antecipados até a segunda-feira, um dia antes das eleições.
As vozes contra Musk não faltam. Eleitores independentes expressam sua preocupação ao pensar que o bilionário poderia “comprar” a eleição, referindo-se ao imenso apoio financeiro que ele deu a Trump. Em um evento no qual Musk apresentou cheques de $1 milhão, apoiadores como Conor Gunar defendem o envolvimento de bilionários, afirmando que, desde que os democratas também tenham seus magnatas, os republicanos não devem se sentir culpados por isso.
A eleição não é apenas uma luta entre candidatos, mas também um campo de teste de estratégias políticas para os dois lados. Por exemplo, os democratas têm adaptado sua abordagem ao focar suas críticas em Musk em vez de Trump diretamente. Em busca de construir uma narrativa favorável, outdoors e anúncios de TV têm aparecido com mensagens como “não deixe Elon comprar nossa corte”.
A preocupação dos críticos de Musk gira também em torno de questões pessoais envolvendo a suprema corte. Atualmente, Musk está envolvido em um processo que pode chegar à corte do estado, já que a Wisconsin proíbe que fabricantes de automóveis tenham suas próprias concessionárias, o que vai em contrar com o modelo de negócios da Tesla. Portanto, a relevância desta disputa vai muito além da política, envolta em interesses comerciais e pessoais do bilionário.
Assim, o resultado dessa eleição não será apenas um reflexo da administração Trump até aqui, mas também um teste da capacidade de Musk como influenciador no cenário político americano e do que isso poderá significar para futuras eleições em 2026 e 2028.