A Morte Assistida no Canadá: O Caso de April Hubbard

April Hubbard, uma artista performática e burlesca de 39 anos, planeja sua morte assistida no Canadá em um teatro de Halifax, Nova Escócia. Apesar de não estar terminalmente doente, ela foi aprovada para assistência em morrer, de acordo com as leis canadenses mais liberais. Com a iminente chegada de seu 40º aniversário, ela quer estar cercada de amigos e familiares em um ambiente acolhedor, enquanto um médico lhe administra uma dose letal para encerrar seu sofrimento. April nasceu com espinha bífida e foi diagnosticada com tumores na base da coluna, padecendo de dores intensas que a levaram a optar pela morte assitida, alegando não ter mais qualidade de vida.
As leis de assistência na morte (Medical Assistance in Dying – MAID) no Canadá são algumas das mais permissivas do mundo, permitindo que não apenas pacientes terminais, mas também aqueles com condições crônicas e sofrimento intolerável, possam escolher essa via. Desde a introdução do programa em 2016, o número de mortes assistidas aumentou drasticamente, refletindo uma mudança no tratamento de doenças e sofrimento no país, sendo 15.343 mortes registradas em 2023.
Enquanto isso, no Reino Unido, os parlamentares estão debatendo a legalização da morte assistida. Críticos apontam que o modelo canadense apresenta riscos, culminando em um ‘slippery slope’, onde a assistência à morte pode ser vista como uma solução padrão para problemas sérios de saúde, em vez de se buscar alternativas de tratamento e suporte.