Tarifas dos EUA em Ilhas Desabitadas: Entenda a Polêmica

Recentemente, o Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, defendeu a decisão do país de impor tarifas sobre as Ilhas Heard e McDonald, que estão desabitadas e são habitadas apenas por pinguins e focas. Essa medida visa fechar “loopholes ridículos” que permitiriam que outros países utilizassem essas ilhas como roteiros para importar produtos para os Estados Unidos.
A reação das autoridades australianas foi de surpresa, com o Ministro do Comércio, Don Farrell, classificando a imposição de tarifas como um “claro erro” e indiciando que o processo foi apresado. Lutnick, por outro lado, argumentou que se alguma área for excluída da lista de tarifas, países poderão usar esses locais para explorar o sistema e enviar produtos aos EUA.
Em uma série de entrevistas, Lutnick explicou que essa ação faz parte de uma estratégia maior para evitar que países utilizem métodos de transbordo, comuns no comércio global, para enganar a fiscalização americana. O Pew Charitable Trusts, uma organização de políticas públicas, destaca que o transbordo pode permitir que fraudadores manipulem dados e ocultem informações sobre os produtos que estão sendo transportados.
A quantidade de produtos que chegam às Ilhas Heard e McDonald pode parecer pequena, mas em 2022, os EUA importaram cerca de US$ 1,4 milhão do território, quase tudo em “maquinário e produtos elétricos” não especificados. O mesmo ocorreu com o território britânico do Oceano Índico, que também está na lista de tarifas e, em 2022, exportou US$ 414.350 para os Estados Unidos, todos os produtos relacionados a pessoal militar.