Tarifas de Trump impactam Sudeste Asiático: desafios econômicos

As tarifas impostas pelo ex-presidente dos EUA, Donald Trump, têm causado um impacto significativo em diversas nações do sudeste asiático. Países como Vietnã e Camboja se destacam ao serem atingidos por taxas agressivas de 46% e 49%, respectivamente. A economia da região, que dependia fortemente das exportações, enfrenta agora desafios sérios, especialmente com os altos custos de entrada no mercado americano.
O Vietnã, cuja economia depende 30% de suas exportações para os EUA, se vê em uma situação difícil, o que ameaça suas altas taxas de crescimento anual planejadas de 8%. A proposta de uma parceria estratégica com os EUA em 2023 se torna um desafio, já que o partido comunista local vê suas promessas econômicas ameaçadas.
Já a Tailândia, que também sofre com as tarifas, observa que apenas 10% do seu PIB depende de exportações para os EUA. Contudo, os desafios enfrentados por sua economia tornam a situação ainda mais grave, aumentando a pressão sobre o governo tailandês para estimular o crescimento.
O Camboja, por sua vez, pode enfrentar uma grande ameaça política. A recente administração de Hun Manet, que sucedeu seu pai Hun Sen, tem se mostrado autoritária e dependente da concessão de privilégios econômicos. Agora, a perda de empregos no setor têxtil revela a vulnerabilidade do país, onde milhares de pessoas dependem dessa indústria para sobreviver.
Enquanto a tensão aumenta, a mensagem oficial dos governos do sudeste asiático é de não pânico e de buscar negociações, ao contrário da reação chinesa que optou por retaliações. O Vietnã já enviou representantes a Washington em tentativas de medições, oferecendo eliminar tarifas sobre importações dos EUA, o que, no entanto, encontra resistência.
Além disso, o Camboja e outros países da região também solicitaram a suspensão das tarifas, com apelos para que os impactos não sejam desastrosos. O setor de vestuário do Camboja, que emprega uma grande parte da população mais pobre, será particularmente prejudicado caso as tarifas se mantenham.
Curiosamente, Trump até então tinha uma popularidade considerável na região, por sua abordagem de política externa assertiva. No entanto, atualmente, muitos países que o admiravam se veem dependentes de sua resolução para suas questões econômicas, o que delineia um contraste irônico dado seu senso de união com os líderes locais.