Advogado da ALMT é afastado por assassinato de homem em rua

Na última segunda-feira, 14 de abril, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) tomou uma decisão drástica ao afastar Luiz Eduardo Figueiredo Rocha e Silva, advogado e procurador da Casa. O afastamento ocorre em meio a uma investigação sobre o assassinato de Ney Muller Alves Pereira, um homem de 42 anos que estava em situação de rua, ocorrido em Cuiabá.
O crime chocou a comunidade local, principalmente por envolver um profissional do direito com cargo na ALMT. Ney Muller foi morto com um tiro no rosto na última quarta-feira, 9 de abril. A decisão de afastamento foi divulgada pelo presidente da ALMT, Max Russi (PSB), no Diário Oficial do estado, refletindo a gravidade da acusação contra Luiz Eduardo, que tinha um salário-base de R$ 44.024,52, conforme dados do Portal da Transparência.
A investigação tomou um novo rumo quando Luiz Eduardo se entregou à polícia na quinta-feira, 10 de abril, acompanhado de seus advogados. Após a audiência de custódia, o juiz João Bosco Soares da Silva decidiu que o advogado deveria ser levado à Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, localizada em Rondonópolis, a cerca de 200 quilômetros de Cuiabá, reconhecendo a necessidade de uma estrutura adequada para a sua detenção, dado seu ofício.
A defesa de Luiz Eduardo argumenta que o crime não foi premeditado, definindo a situação como uma reação a um incidente. Segundo os advogados, Ney Muller teria danificado o veículo do acusado, bem como de outros clientes de um posto de gasolina nas proximidades do local do crime. Essa justificativa visa apresentar o caso sob uma nova luz, embora ainda precise ser investigada a fundo pelas autoridades competentes.
Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento do ataque, onde Ney é chamado e, em seguida, cai após ser atingido pelo disparo. A Polícia Militar foi acionada rapidamente, às 21h, para atender à ocorrência na Avenida Edgar Vieira, próximo da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Esse caso levanta questões importantes sobre os desafios enfrentados por pessoas em situação de rua e o papel da sociedade na proteção dos mais vulneráveis. Além disso, a incidência de violência em áreas urbanas e a responsabilização de figuras públicas também estão em pauta, refletindo a necessidade de uma reflexão profunda sobre como agir em situações de conflito e crise.