Iza Potter e a luta contra a violência trans

Na última semana, a cidade de São Paulo foi palco de um caso alarmante de violência contra a comunidade trans, que reflete as dificuldades enfrentadas por muitas mulheres nessa condição. O episódio aconteceu no dia 13 de agosto, quando a ativista trans Iza Potter foi agredida por Paulo Henrique de Souza Rodrigues Gregório, de 32 anos, após um encontro íntimo.
A confissão de Paulo sobre as agressões gerou repercussão nas redes sociais e na imprensa. O agressor declarou que “perdeu a cabeça” após uma suposta afronta da influenciadora, revelando sua versão da história que não condiz com o relato de Iza. Segundo ele, após um encontro em sua casa, questionou onde estavam seus pertences e ficou enfurecido ao receber a resposta: “Foi pago com o programa”. Essa afirmação demonstra não apenas a sua visão deturpada da situação, mas também um comportamento transfóbico.
Iza, por sua vez, contou uma versão diferente dos acontecimentos, afirmando que conheceu Paulo na rua, enquanto passeava com seu cachorro, e que o convidou para subir ao seu apartamento por insegurança. Ela ressaltou que após a relação consensual, ele se tornou violento, acusando-a de roubar seu celular e se comportando de forma agressiva. A ativista está, inclusive, buscando imagens de câmeras de segurança para confirmar sua narrativa, que contradiz a do agressor.
As imagens do incidente, que circulam nas redes sociais, são perturbadoras: mostram Iza nua e tentando fugir de Paulo, que a agarra e a golpeia. Esses vídeos revelam a gravidade da violência e o desespero da vítima ao gritar por socorro. Após o ato brutal, Paulo fugiu do local antes da chegada da polícia, evidenciando a impunidade e a coragem necessária para que as vítimas denunciem seus agressores.
Iza Potter, em suas redes sociais, compartilhou a indignação e os hematomas que resultaram da agressão, trazendo à luz o tema da violência de gênero, que afeta desproporcionalmente as mulheres trans. A ativista fez um apelo por justiça, afirmando que este não é um caso isolado e que as mulheres trans frequentemente enfrentam agressões seguidas de tentativa de deslegitimação de suas histórias.
A abordagem de Paulo em sua defesa, alegando que não tem preconceito e que já teve relacionamentos com pessoas LGBTQIA+, não é suficiente para absolver seus atos. O machismo, a homofobia e a transfobia estão enraizados em uma sociedade que ainda luta para aceitar a diversidade. Iza, com coragem, se posiciona não apenas por si, mas por todas as mulheres que são silenciadas diante da violência.
Casos como o de Iza Potter precisam ser discutidos amplamente e tratados com a seriedade que merecem, pois representam uma triste realidade vivida por muitas pessoas. O reconhecimento da violência contra minorias de gênero é essencial para a construção de uma sociedade mais igualitária e justa.