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O caso Kilmar Abrego Garcia: Deportação e Polêmica

O caso de Kilmar Abrego Garcia, um salvadorenho de 29 anos, deportado dos EUA em março, gerou uma intensa disputa legal sobre a política de imigração da administração norte-americana. Apesar de múltiplas decisões, incluindo do Supremo Tribunal dos EUA, que determinaram que a deportação foi um erro e que o governo deveria facilitar seu retorno a Maryland, o governo dos EUA acusa Garcia de ser membro da gangue MS-13, alegando que ele “nunca viverá” novamente nos EUA.

Garcia afirma que não tem vínculos com a gangue e não possui condenação criminal. Segundo documentos judiciais, ele entrou nos EUA ilegalmente em 2012 e foi detido em 2019, em Maryland, durante uma abordagem policial. Três homens, incluindo Garcia, foram identificados como membros da MS-13 com base em suas vestimentas, que os oficiais disseram ser indicativos da cultura de gangues hispânicas.

Um documento policial descreveu Garcia usando um boné do Chicago Bulls e um moletom com símbolos que supostamente representavam a cultura da MS-13. No entanto, o especialista em gangues Steven Dudley esclareceu que o uso do logo do Chicago Bulls não é exclusivo da MS-13 e que a afiliação a gangues deve ser corroborada com evidências concretas.

A polícia também relatou ter a informação de uma “fonte confiável” indicando que Garcia era um membro ativo do “clique ocidental” da MS-13, com o título de “chequeo”. Contudo, Dudley ressaltou que “chequeo” na verdade se refere a recrutas ainda não iniciados, e os advogados de Garcia argumentaram que essa facção é baseada em Nova York, onde ele nunca viveu.

Garcia, que viveu nos EUA por 14 anos e tem três filhos, foi inicialmente negado fiança e permaneceu detido ao solicitar asilo. Em 2019, recebeu uma ordem de “proibição de remoção”, devido ao risco de perseguição por uma gangue rival, a Barrio-18, que já havia ameaçado sua família antes de sua chegada ao país. Desde então, ele tem comparecido anualmente aos encontros com as autoridades de imigração.

Apesar de não ter condenações, Garcia enfrentou alegações de atividade criminosa, como um pedido de ordem de proteção feito por sua esposa em 2021, que alegou agressão, mas posteriormente decidiu não prosseguir com o processo. Ela o descreveu como um “parceiro e pai amoroso” e negou suas ligações com a MS-13.

Além disso, o governo dos EUA alegou que Garcia estaria envolvido em tráfico humano, baseado em um relato não verificado sobre uma prisão em dezembro de 2022 por suspeita de transporte de vários passageiros. As autoridades e a FBI foram contatadas para verificar as informações.

Esse caso levanta questões sobre a política de imigração americana, a justiça nos casos de alegações de gangues e as implicações do governo ao classificar indivíduos como ameaças sem condenações formais.