Zelensky critica enviados dos EUA: Tensão nas negociações de paz
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recentemente expressou sua indignação em relação ao enviado especial dos EUA, Steve Witkoff, acusando-o de divulgar narrativas russas. A controvérsia surgiu após Wittkoff sugerir que um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia estaria ligado ao status de cinco regiões ucranianas, o que gerou críticas imediatas de Zelensky durante uma coletiva de imprensa em Kyiv.
Segundo Witkoff, que se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin, a paz estaria relacionada a “esses chamados cinco territórios”. Zelensky contestou essa afirmação, afirmando que as regiões mencionadas pertencem ao povo ucraniano e não reconhecendo o que Witkoff estava insinuando. As quatro regiões citadas incluiriam Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson, que estão sob ocupação militar russa desde a invasão em grande escala de 2022. O quinto território é a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.
Zelensky rechaçou as declarações do enviado americano, destacando que ele está disseminando perigosamente narrativas que favorecem a Rússia. Ele lembrou que os territórios ocupados são parte essencial da Ucrânia e que a ideia de negociações com a Rússia que envolvem essas regiões é inaceitável.
Witkoff, durante sua entrevista à Fox News, reforçou que a proposta de paz inclui discutir esses cinco territórios, mas também mencionou a possibilidade de reconfigurar as relações entre EUA e Rússia através de oportunidades comerciais que poderiam estabilizar a região. Esse tipo de abordagem, segundo Zelensky, não ajuda na luta da Ucrânia e nos esforços para restaurar a integridade territorial do país.
As críticas de Zelensky a Witkoff não são novas. Em março, ele já havia questionado a credibilidade do enviado, mencionando que sua experiência não era a de um militar, mas sim a de um agente imobiliário. Isso mostra que Zelensky tem se mostrado cauteloso em relação a figuras que podem não compreender a complexidade da guerra.
Além disso, em meio a essas tensões diplomáticas, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, também comentou sobre Zelensky, afirmando que não o considera responsável pelo início da guerra, mas expressou descontentamento com a forma como a situação foi manejada. As declarações do ex-presidente adicionam mais um elemento de complexidade às relações entre a Ucrânia e os EUA.
Recentemente, Zelensky também revelou que possui informações de que a China estaria fornecendo armas à Rússia, sugerindo que representantes chineses estão envolvidos na produção de armamentos no território russo. Esta nova informação pode intensificar ainda mais as tensões internacionais, agilizando a necessidade de soluções diplomáticas duradouras.
Com a situação ainda evoluindo, as negociações de paz e a busca por estabilidade na região continuam a ser questões centrais na agenda internacional, exigindo a atenção de líderes mundiais e analistas.
A relação entre os EUA, Rússia e o papel da China no conflito ucraniano é complexa e em constante mudança, evidenciando a necessidade de uma abordagem cuidadosa e informada por parte dos diplomatas.