Espadas Celtas Antigas Revelam Mistérios Históricos
Recentemente, arqueólogos descobriram duas espadas de 2.300 anos em uma necrópole da Idade do Ferro Céltica na França, que se destacam por sua preservação e ornamentação. As espadas foram encontradas intactas em suas bainhas, e uma delas possui uma decoração impressionante em cobre que inclui pequenas representações de suásticas.
Embora as suásticas sejam frequentemente associadas ao regime nazista e aos horrores da Segunda Guerra Mundial, suas primeiras representações têm conotações muito diferentes. Essas suásticas foram amplamente utilizadas em contextos mediterrâneos e foram apropriadas pelos celtas ao final do século V e parte do século IV a.C. O arqueólogo Vincent Georges, do Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva (INRAP), menciona que, embora se saiba da presença do símbolo, o seu significado para os celtas permanece incerto.
As espadas foram encontradas em Creuzier-le-Neuf, uma pequena cidade que, durante a Segunda Idade do Ferro (450 a 52 a.C.), era um ponto de cruzamento para tribos poderosas como os arverni, aedui e bituriges. A equipe do INRAP escavou uma área funerária de aproximadamente 650 metros quadrados que continha mais de 100 tumbas, mas, devido ao solo ácido da região, não foram encontrados restos esqueléticos, apenas uma sepultura de cremação acompanhada de um vaso funerário.
Além das espadas, muitas outras joias e decorações de metal foram descobertas, incluindo pulseras e broches ornamentados. Um dos broches continha uma gema polida, decorada com um design que era popular entre os artesãos celtas da época. Outro broche apresentava marcas oceladas, um tema decorativo comum que era apreciado no período.
As espadas são os itens mais notáveis encontrados na necrópole. Análises de raios-X revelaram símbolos na lâmina da espada menor, incluindo um círculo e uma lua crescente, que indicam que foi criada no início do século IV a.C. Georges explicou que esses símbolos refletem um simbolismo cosmológico, que era um conceito sagrado bastante difundido entre os celtas na época.
A segunda espada, mais longa, possui anéis de suspensão que permitiam o uso junto ao cinto. Esta espada tinha características funcionais, enquanto a espada menor decorada com suásticas parece ter sido uma marca de poder, possivelmente relacionada ao comando militar. Georges comentou que a espada menor é contemporânea às incursões celtas na Itália do Norte e à sacking de Roma em 387 a.C., mas não há mais informações disponíveis no momento.