Delegado da Polícia Civil atira em morador de Noronha

Na madrugada de segunda-feira (5), o arquipélago de Fernando de Noronha foi palco de um incidente alarmante envolvendo um delegado da Polícia Civil de Pernambuco, Luiz Alberto Braga, que é suspeito de ter atirado em um morador local, de 26 anos, durante uma festa no Forte dos Remédios. A vítima foi prontamente socorrida e levada ao Hospital São Lucas, onde recebeu atendimento médico por conta dos ferimentos.
A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) informou que a Polícia Militar foi acionada após relatos de disparos na festa. Em um esforço para apurar os fatos, a Corregedoria da SDS instaurou um procedimento preliminar e o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está acompanhando a investigação.
Embora a Polícia Civil não tenha esclarecido as motivações que levaram o delegado a disparar, testemunhas presentes no local afirmam que a confusão que precedeu o disparo teria sido motivada por ciúmes. Vídeos que circularam nas redes sociais mostram um momento tenso entre o delegado e a vítima, onde após uma provocações e um embate físico, o delegado efetua um disparo com a arma que portava.
O desfecho do caso gerou uma onda de indignação entre a população. Imediatamente após o incidente, moradores de Fernando de Noronha protestaram bloqueando a BR-363, a principal via da ilha, queimando pneus e exigindo justiça em um ato que interrompeu o trânsito por várias horas. Esse descontentamento reflete preocupações mais amplas sobre o uso da força e a conduta das autoridades durante situações críticas.
Em defesa de Luiz Alberto Braga, a Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Pernambuco (ADEPPE) lançou uma nota afirmando que o delegado agiu em legítima defesa. Segundo a associação, ele se defendeu de agressões físicas injustas e teria reagido ao tentar proteger sua companheira de uma situação de perigo. A ADEPPE afirmou que, mesmo sendo um policial, ele foi atacado de forma imprevista por um homem que tentou desarmá-lo — um ato que representava risco não apenas para ele, mas para todos os presentes.
A nota da associação ainda esclareceu que o delegado não havia ingerido álcool e que, após o ocorrido, se apresentou às autoridades, submetendo-se a exames no Instituto Médico Legal (IML). Esta postura tem o intuito de garantir transparência na investigação e mostrar que ele colaborou com as forças de segurança após o incidente.