Trump Propõe Tarifas de 100% em Filmes Estrangeiros

Recentemente, Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos, anunciou que pretende impor tarifas de 100% em filmes feitos no exterior. Essa decisão é parte de uma escalada nas disputas comerciais com outras nações e foi motivada pela percepção de que a indústria cinematográfica americana está enfrentando uma “morte rápida” devido a incentivos oferecidos por outros países, como Reino Unido e Canadá, atrativos para cineastas e estúdios americanos. Segundo Trump, essa situação representa uma ameaça à segurança nacional.
Ele declarou em sua plataforma Truth Social: “QUEREMOS FILMES FEITOS NA AMÉRICA, NOVAMENTE!” Essa declaração gerou uma série de dúvidas sobre a aplicação e os reais efeitos dessas tarifas, especialmente considerando que muitos grandes filmes, como Deadpool e Wolverine, têm sido filmados fora dos Estados Unidos, aproveitando custos inferiores e incentivos fiscais.
O Secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que estão trabalhando na implementação da proposta. No entanto, a ausência de clareza sobre como a tarifa será aplicada preocupa analistas e profissionais da indústria. Perguntas surgem sobre o que realmente define um “filme americano”: seria a origem do financiamento, a localização da filmagem ou as estrelas envolvidas?
Várias organizações da indústria do cinema, incluindo alguns sindicatos de trabalhadores da área, expressaram que a aplicação dessas tarifas pode causar danos irreparáveis ao setor e prejudicar milhares de freelancers, exatamente quando a indústria tenta se recuperar da pandemia e de um recente declínio. Por parte do Reino Unido, há um comprometimento do governo em proteger sua indústria cinematográfica e continuar a criar empregos nesse setor.
A Motion Picture Association, que representa os principais estúdios de cinema dos EUA, não se manifestou imediatamente sobre as declarações de Trump. Analistas alertam que a aplicação de tarifas pode provocar retaliações de outros países, dificultando a lucratividade dos filmes americanos no exterior, gerando um ciclo prejudicial para a indústria.
De acordo com a ProdPro, uma empresa de pesquisa do setor, mesmo com os desafios enfrentados, os Estados Unidos continuam sendo um dos principais centros de produção cinematográfica do mundo, embora com uma queda significativa no investimento de 26% desde 2022. Outros países, como Austrália e Nova Zelândia, têm registrado um aumento no gasto com produções cinematográficas, algo que foi mencionado por líderes dessas nações em resposta à proposta.
Em resumo, a proposta de Trump de implementar tarifas em filmes estrangeiros levanta uma série de questões sobre sua viabilidade e impacto real no setor cinematográfico, que já enfrenta desafios significativos.
Designar o que constitui um filme “feito na América” continua a ser uma questão crucial à medida que a indústria e os países se preparam para novas complexidades no comércio internacional.