Verdicto polêmico: ex-policiais são absolvidos em caso de brutalidade
Em um veredicto controverso, três ex-policiais envolvidos na morte de Tyre Nichols foram absolvidos por um júri estadual em Memphis, Tennessee. O caso de Nichols, um homem negro que sofreu uma brutalidade policial em uma abordagem de trânsito em 2023, gerou protestos em todo o país contra a brutalidade policial.
Nichols foi agredido durante a abordagem e morreu três dias depois, devido a traumas contundentes. Os ex-policiais Tadarrius Bean, Demetrius Haley e Justin Smith, Jr. foram considerados inocentes das acusações de homicídio doloso em segundo grau, agressão agravada, sequestro agravado, má conduta oficial e opressão oficial. Todos os três já haviam sido condenados anteriormente por acusações federais separadas e agora enfrentam longas penas de prisão. Os outros dois oficiais envolvidos, Emmitt Martin III e Desmond Mills, se declararam culpados de acusações federais e evitaram o julgamento.
A brutalidade do evento ficou evidente no vídeo da agressão, onde Nichols é puxado para fora do carro, enfrenta resistência e é agredido por cinco policiais que, em um momento de descontrole, usaram spray de pimenta e taser. Durante a provação, Nichols clamou por sua mãe antes de perder a vida.
O juiz decidiu que o julgamento ocorreria a mais de 480 km de Memphis para garantir um júri imparcial, dado o alto perfil do caso. Após mais de oito horas de deliberação, o júri anunciou o veredicto que deixou muitos decepcionados, incluindo o promotor de justiça Steve Mulroy e a família Nichols, que expressaram sua indignação.
O advogado dos direitos civis, Ben Crump, que representa a família de Nichols, afirmou que os veredictos foram um ‘devastador erro de justiça’, enfatizando que o mundo testemunhou a brutalidade infligida aos cidadãos sob a proteção da lei.
Durante o julgamento, os promotores argumentaram que os policiais perderam o controle da situação, enquanto os defensores afirmaram que Nichols foi responsável por seus atos. Esta decisão estadual se opõe fortemente ao veredito do julgamento federal previsto para 2024, onde os policiais envolvidos enfrentaram acusações condenatórias de obstrução de justiça e violação dos direitos civis.
Este evento trágico não só revelou falhas no departamento de polícia de Memphis, mas também instigou um exame mais profundo das práticas policiais em todo os Estados Unidos. Uma investigação de 17 meses pelo Departamento de Justiça apontou o uso excessivo de força contra residentes negros como um problema recorrente na polícia local.