Foca-caranguejeira é avistada em Santa Catarina pela primeira vez

Recentemente, uma foca-caranguejeira (Lobodon carcinophaga), originária das regiões subantártica e antártica, foi avistada pela primeira vez no litoral sul de Santa Catarina. O registro ocorreu na última segunda-feira (12) e desde então, o animal está sob observação do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), realizado pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
Os biólogos Daniel Munhoz e Larissa Uema explicam que essa foca é altamente dependente do gelo antártico e, portanto, não costuma migrar para regiões mais quentes. No entanto, sua presença no Brasil pode estar relacionada às mudanças climáticas, que afetam tanto a disponibilidade de gelo quanto a população de krill, uma das principais fontes de alimento para essa espécie.
A foca-caranguejeira, embora seja a espécie de foca mais abundante do mundo, é extremamente rara no litoral brasileiro. Assim, o avistamento em Santa Catarina é considerado inédito e muito relevante para a ciência, conforme afirma o Laboratório de Zoologia da Udesc. Os biólogos atentam para o fato de que, mesmo durante o inverno, o litoral catarinense é percebido como quente para a foca-caranguejeira, que não possui adaptações para longas migrações em mares tropicais ou subtropicais.
Esse evento levanta questões importantes sobre os efeitos das mudanças climáticas na fauna marinha. A diminuição do gelo nas regiões polares pode estar forçando animais como a foca-caranguejeira a buscar alimentos cada vez mais longe de seu habitat natural. Essa mudança de comportamento pode indicar um desequilíbrio ecológico que merece atenção, não só por parte dos cientistas, mas de toda a sociedade que deve se preocupar com as consequências das atividades humanas no meio ambiente.