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Descobrindo Bactérias Extremófilas em Salas Limpas da NASA

A vida, como se diz, encontra um jeito de se manifestar — até mesmo nos lugares mais estéreis da Terra. Pesquisadores do JPL da NASA, em parceria com cientistas da Índia e da Arábia Saudita, descobriram 26 novas espécies de bactérias em salas limpas utilizadas na preparação do lander Phoenix, que foi enviado a Marte em agosto de 2007. Essas salas limpas são ambientes rigorosamente controlados, projetados para prevenir a contaminação microbiana em missões espaciais. No entanto, alguns microrganismos, conhecidos como extremófilos, demonstram uma resiliência impressionante em ambientes hostis, como o vácuo do espaço e fontes hidrotermais em vulcões submarinos.

A pesquisa teve como objetivo entender o risco que extremófilos representam em missões espaciais e identificar quais microrganismos têm chances de sobreviver às condições severas do espaço. “Esse esforço é fundamental para monitorar a contaminação microbiana e proteger contra a colonização não intencional de planetas explorados”, comentou Alexandre Rosado, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, da Universidade King Abdullah de Ciência e Tecnologia (KAUST) na Arábia Saudita.

Os cientistas realizaram pesquisas genéticas em amostras coletadas do Payload Hazardous Servicing Facility, no Centro Espacial Kennedy da NASA, um dos locais finais de preparação do Phoenix antes de sua partida. Eles descobriram 53 cepas que pertencem a 26 novas espécies de bactérias. Os pesquisadores aprofundaram-se nos genomas desses extremófilos recém-descobertos, em busca de pistas que explicassem sua sobrevivência extraordinária. As respostas podem estar em genes relacionados à reparação do DNA, desintoxicação de substâncias nocivas e aumento do metabolismo.

Os genes identificados nessas novas espécies bacterianas podem ser utilizados em aplicações na medicina, preservação de alimentos e diversas indústrias, de acordo com Junia Schultz, pesquisadora pós-doutoral na KAUST. Além disso, a pesquisa ajudará a NASA a aprimorar seus protocolos de salas limpas para minimizar o risco de contaminação biológica em futuras missões.

“Estamos desvendando os mistérios dos micróbios que suportam as condições extremas do espaço — organismos com potencial para revolucionar as ciências da vida, bioengenharia e exploração interplanetária”, afirmou Kasthuri Venkateswaran, cientista aposentado do JPL e autor principal do estudo, publicado em 12 de maio na revista Microbiome.