Policial da Core é assassinado na Cidade de Deus

Na manhã desta segunda-feira, 19 de setembro, a Cidade de Deus, localizada na zona oeste do Rio de Janeiro, foi palco de um tragédia envolvendo um policial da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O agente José Antônio Lourenço foi assassinado durante uma operação policial que visava fiscalizar fábricas clandestinas de gelo, uma ação que faz parte da Operação Gelo Podre, liderada pela Delegacia do Consumidor (Decon).
A operação tinha como objetivo combater a venda de gelo contaminado, o que representa um risco à saúde pública, já que laudos da Cedae, empresa de abastecimento de água do estado, já haviam identificado coliformes fecais na água utilizada na produção do gelo. Durante a fiscalização, uma fábrica foi fechada após a constatação do uso de água imprópria. Contudo, a situação se agravou quando foram atacados por criminosos vinculados à facção Comando Vermelho.
José Antônio Lourenço, um policial respeitado dentro da tropa de elite, foi baleado e levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, mas infelizmente não sobreviveu aos ferimentos. Esse triste episódio provocou uma mobilização rápida por parte das autoridades, com o governador do Rio, Cláudio Castro, afirmando que as forças policiais permaneceriam na comunidade até que os responsáveis fossem capturados.
A investigação agora está sob a responsabilidade do Núcleo de Investigação de Morte de Agentes de Segurança, da Delegacia de Homicídios da Capital. Equipes da Polícia Civil iniciaram buscas intensas na região para localizar os culpados pelo ataque, que também provocou o fechamento temporário da Linha Amarela, uma das principais vias da cidade, no sentido Fundão. O Disque Denúncia foi acionado, e um cartaz da campanha “Quem Matou?” foi divulgado, pedindo aos cidadãos que compartilhassem informações que poderiam levar à elucidação do caso. Os relatos podem ser feitos de forma anônima, garantindo o sigilo da identidade do denunciante.
Essa ocorrência não só destaca a periculosidade das operações em comunidades dominadas pelo tráfico, como também levanta questões sobre a segurança dos policiais e os riscos envolvidos em ações que buscam assegurar a saúde e a segurança da população. A morte de um agente de segurança é sempre um momento de luto, mas também de reflexão sobre a necessidade de estratégias mais eficazes e seguras para agir em comunidades vulneráveis.