Conflito em SP: Protesto contra privatização termina em violência

Na tarde desta quinta-feira (27), o centro de São Paulo foi palco de um intenso confronto entre a Polícia Militar e manifestantes que se mobilizavam contra a privatização de linhas da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O protesto, que contou com a participação de diversos movimentos sociais, incluindo o Movimento de Mulheres Olga Benário e a União da Juventude Rebelião (UJR), tinha como foco o leilão do Lote Alto Tietê, programado para ocorrer na B3, nesta sexta-feira (28).
Imagens que circularam nas redes sociais mostraram a gravidade do conflito, com manifestantes feridos durante a ação policial. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil se manifestou em nota, informando que não havia convocado o ato, mas reiterando sua contrariedade à privatização e lamentando a violência do confronto.
Os manifestantes ocupavam, inicialmente, um prédio da Secretaria de Transporte de São Paulo, visando chamar a atenção para os impactos da privatização nas suas vidas e nas de seus familiares que trabalham na CPTM. Contudo, a polícia alegou que houve uma tentativa de invasão, o que provocou uma intervenção violenta. Os relatos afirmam que as forças de segurança usaram bombas de gás lacrimogêneo, gás de pimenta, cassetetes e balas de borracha para dispersar os manifestantes, resultando na detenção de três pessoas.
Os manifestantes, mesmo depois do conflito, planejam uma nova mobilização em frente à B3 nesta sexta-feira, conforme convocação do sindicato. A Polícia Militar, em resposta ao incidente, afirmou que está revisando as imagens da manifestação e que, caso irregularidades sejam constatadas, medidas disciplinares serão adotadas. A instituição destaca que não tolera desvios de conduta dos seus membros e que todos os excessos serão rigorosamente apurados.
Esse episódio levanta importantes questões sobre a atuação da polícia em manifestações e os direitos dos trabalhadores e usuários do transporte público em um momento de privatização de serviços essenciais, o que pode afetar drasticamente suas condições de trabalho e acessibilidade.