HUB de Cuidados em SP: Avanços e Desafios no Tratamento

O HUB de Cuidados em Crack e Outras Drogas, implementado pelo governo de São Paulo, atingiu a marca de 50 mil atendimentos em apenas dois anos de operação. Desse total, 27,6 mil pacientes receberam apoio direto, refletindo a importância do serviço no combate aos problemas relacionados ao uso de drogas.
Este espaço não apenas oferece acolhimento imediato e cuidado clínico, mas também atua como um ponto de articulação crucial entre diferentes níveis da rede pública de saúde. O vice-governador Felício Ramuth (PSD), que coordena as ações na cracolândia, comentou que os projetos de atendimento em ‘cenas abertas de uso’ têm mostrado progresso. No entanto, ele também expressou preocupação com a permanência do problema à noite, quando o número de usuários ainda é elevado.
Um avanço significativo foi a ampliação do número de leitos para tratamento de dependência química, que passou de 345 para 695, demonstrando o compromisso do governo em oferecer mais suporte às pessoas que lutam contra a dependência.
A proposta é expandir o projeto para o interior do estado, com a criação de 20 unidades das “casas Previnir” na capital e outras oito em regiões do interior. Essa capilaridade é vista como fundamental para o sucesso da iniciativa, segundo o governo.
Entretanto, as críticas por parte da oposição não tardaram a surgir. A deputada estadual Paula da Bancada Feminista (PSOL) levantou questões sobre a eficácia do atendimento após a passagem pelos Hubs. Para ela, o problema não está apenas na entrada, mas na falta de um acompanhamento adequado para os dependentes após seu tratamento inicial.
Ela destaca que muitos pacientes são enviados a comunidades terapêuticas que, segundo suas alegações, têm histórico de violações de direitos humanos. Ademais, o controle do governo sobre essas instituições é considerado insatisfatório, e as internações não cumprem um tempo adequado para que um tratamento eficaz ocorra. Muitos usuários, após breves permanências nesses locais, retornam rapidamente às ruas, gerando um ciclo vicioso difícil de romper.
A CNN buscou um posicionamento do governo estadual em resposta às críticas da deputada, mas até o momento aguarda um retorno.
É inegável que o tema da dependência química e da cracolândia em São Paulo é complexo e ainda carece de soluções efetivas. O caminho até uma abordagem verdadeiramente eficaz é longo e exige uma parceria entre governo, serviços de saúde e a sociedade.