Trump e a Guerra na Ucrânia: Quem é o Verdadeiro Responsável?

Nos últimos dias, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez novamente declarações polêmicas sobre a guerra na Ucrânia, atribuindo parte da responsabilidade pela invasão russa a Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, e ao atual presidente dos EUA, Joe Biden. Essas afirmações surgem em meio a um ataque devastador em Sumy, onde 35 pessoas perderam a vida e 117 ficaram feridas, destacando a tragédia humanitária que a guerra tem causado.
Trump criticou Zelensky em uma coletiva na Casa Branca, dizendo que ninguém deveria iniciar uma guerra contra um adversário muito mais forte. Ele alegou que tanto Zelensky quanto Biden têm uma parte de culpa nos “milhões de mortos” que a guerra já deixou. As vítimas são extremamente lamentáveis, especialmente quando se observa a magnitude do ataque que abalou Sumy, resultado de bombardeios que atingiram civis durante um evento ao ar livre.
Enquanto Trump direciona críticas a Zelensky sobre a condução da guerra, o secretário-geral da OTAN, Mark Rutte, visitou a Ucrânia em um gesto de solidariedade e reafirmou que foi a Rússia quem iniciou o conflito. A diferença entre o discurso de Trump e as vozes da comunidade internacional evidencia o cisma de opiniões sobre as responsabilidades da guerra.
Rússia, por sua vez, justificou o ataque como uma ação contra uma reunião de soldados ucranianos, embora sem apresentar provas. O evento em Sumy estava, na verdade, relacionado a uma cerimônia de medalhas para veteranos, o que gerou críticas à administração de Zelensky por permitir que tal evento ocorresse durante um período tão crítico.
Trump também ampliou a responsabilidade para outros atores, incluindo Biden, argumentando que se os líderes anteriores tivessem tomado medidas mais firmes, o conflito poderia ter sido evitado. No entanto, muitos analistas destacam que a invasão por parte da Rússia data de 2014, muito antes de Zelensky assumir a presidência.
Relações tensas entre Trump e Zelensky se intensificaram após um confronto em fevereiro, na qual Trump criticou a Ucrânia por não ter iniciado as negociações de paz mais cedo. Por outro lado, Trump fez questão de ressaltar suas tentativas de estreitar laços com a Rússia e mediou conversas que poderiam resultar em um cessar-fogo, mesmo após a evidente agressão russa.
No rescaldo do ataque a Sumy, Zelensky expressou a necessidade urgente de que Trump visitasse a Ucrânia e visse a devastação em primeira mão antes de tomar qualquer decisão sobre acordos de paz com Putin. Essa exortação destaca a complexidade humanitária que permeia todo o conflito e a urgência de uma resolução que coloque o bem-estar humano em primeiro lugar.
O ataque em Sumy ilustra a continuidade de um conflito que teve início em 2014, quando a Rússia anexou a Crimeia e apoiou rebeldes no leste da Ucrânia. As mortes recentes levantam questões sobre a necessidade de uma resposta internacional mais robusta e uma nova abordagem diplomática para garantir a paz na região.