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Jaguatirica resgatada em situação de maus-tratos

Na última quinta-feira, 17, uma jaguatirica foi resgatada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e levada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas). O felino, que apresentava um quadro alarmante de desnutrição, problemas na pelagem e infestações de parasitas, é um exemplo contundente dos riscos que a fauna silvestre enfrenta em cativeiro ilegal.

Durante a avaliação da equipe do Cetas, foi constatada uma infestação de bicho-de-pé nas patas da jaguatirica, além da perda de dois caninos do lado esquerdo e uma lesão preocupante no osso da pata dianteira esquerda. Essas condições são frequentemente resultados de maus-tratos e deficiências nutricionais prolongadas. Juliana Junqueira, coordenadora de Conservação da Fauna do Ibama, destacou que a exposição continua a animais domésticos e a alimentação inadequada comprometeram severamente a saúde do animal.

O caso da jaguatirica destaca não só os danos físicos que ela sofreu, mas também as alterações comportamentais que são comuns em felinos silvestres quando mantidos em cativeiro. No Cetas, a jaguatirica passará por exames clínicos e laboratoriais para avaliar sua condição de saúde e identificar possíveis doenças infecciosas e zoonoses que possam ameaçar a vida do animal e até mesmo a saúde humana.

O resgate dessa jaguatirica ocorreu após a denúncia de sua condição em cativeiro ilegal, onde ela era utilizada como uma espécie de animal de estimação por uma influenciadora nas redes sociais. Os vídeos que mostravam a jaguatirica interagindo com outros animais, como cães, gatos, galinhas e até um cavalo, foram considerados impróprios, demonstrando a falta de respeito pelo bem-estar animal.

A influenciadora foi responsabilizada e autuada por posse em cativeiro, além de exploração de animais silvestres sem a devida autorização legal, o que resultou em multas que somam cerca de R$ 10 mil. Além disso, todas as postagens envolvendo a jaguatirica nas redes sociais deverão ser removidas sob pena de uma multa diária em caso de descumprimento da determinação.

A origem da jaguatirica ainda é incerta. O superintendente do Ibama no Pará, Alex Lacerda de Souza, indicou que o animal pode ter sido retirado do seu habitat natural após a caça de sua mãe ou durante uma ausência dela em busca de alimento, configurando um crime ambiental.

Esse caso é um alerta sobre os desafios enfrentados pela fauna silvestre no Brasil e a importância de preservar esses animais em seus habitat naturais. A jaguatirica, como muitos felinos silvestres, desempenha um papel crucial no ecossistema, e a proteção de sua vida é fundamental para o equilíbrio ambiental.