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Trump Assina Ordem que Acelera Mineração em Águas Profundas

Em uma decisão controversa, Donald Trump assinou uma ordem executiva para impulsionar a mineração em águas profundas tanto nos EUA quanto em águas internacionais. Essa iniciativa, anunciada na quinta-feira, busca aumentar o acesso da América a minerais que são cruciais para os setores aeroespacial, tecnologias verdes e saúde.

O fundo do mar abriga bilhões de toneladas de rochas em forma de batata, conhecidas como nódulos polimetálicos, ricas em minerais críticos como cobalto e terras raras. Contudo, muitos países e grupos ambientais se opõem à mineração em alta profundidade sem que mais pesquisas sejam realizadas sobre os impactos ambientais.

A nova ordem executiva dos EUA tem como objetivo “estabelecer os Estados Unidos como um líder global na exploração responsável de minerais do fundo do mar”. No entanto, essa ação parece contornar uma longa rodada de negociações da ONU sobre a mineração em águas internacionais, o que gerou críticas de países como a China. Guo Jiakun, porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, declarou que ‘a autorização dos EUA viola o direito internacional e prejudica os interesses da comunidade internacional’.

A administração Trump estima que a mineração em águas profundas poderia acrescentar $300 bilhões ao PIB do país em 10 anos e criar 100.000 empregos. Por outro lado, a União Europeia e o Reino Unido defendem uma moratória na prática até que novas pesquisas científicas sejam conduzidas.

Ambientalistas e cientistas alertam que a mineração em águas profundas pode ter um impacto devastador em espécies ainda desconhecidas que habitam essas regiões. Jeff Watters, do Ocean Conservancy, afirmou que ‘a mineração em águas profundas é uma empreitada perigosa para nossos oceanos’ e que os danos não se restringem ao fundo do mar, afetando toda a coluna de água e todos os seres que dela dependem.

Embora não esté claro quando a mineração em águas profundas pode começar, a The Metals Company (TMC) já está em negociações com o governo dos EUA para obter permissões. O CEO da TMC, Gerard Barron, expressou esperança de que as atividades de mineração comecem ainda este ano. Barron e outros da indústria de mineração contestam as alegações ambientais, afirmando que a zona abissal – que se estende de 3.000 a 6.000 metros abaixo do nível do mar – apresenta concentrações muito baixas de vida.

Pesquisadores publicaram um estudo recente que analisou os impactos a longo prazo da mineração em águas profundas, com base em um teste realizado na década de 1970. Os resultados indicaram que algumas criaturas do sedimento conseguiram reocupar a área, mas animais maiores não retornaram, possivelmente porque não havia mais nódulos disponíveis para eles habitarem. Esses nódulos polimetálicos levam milhões de anos para se formarem, tornando sua reposição extremamente difícil.