Fofoca ou Babaleia?

Tudo que acontece no Brasil e no mundo você encontra aqui!
Acidente com Rothko em Museu: O Desafio da Conservação

Um incidente inusitado ocorreu no Museu Boijmans Van Beuningen, em Rotterdam, onde uma obra valiosa do artista americano Mark Rothko, intitulada “Grey, Orange on Maroon, No. 8”, foi danificada por uma criança. O quadro, estimado em cerca de €50 milhões (aproximadamente R$ 211 milhões), sofreu danos superficiais, como pequenos arranhões na camada de tinta exposta, conforme informou um porta-voz do museu. O acidente aconteceu em um momento em que a obra não estava sendo supervisionada, durante uma exposição de obras populares do museu.

Embora os danos sejam considerados superficiais, a equipe de conservação está avaliando as próximas etapas para restaurar a pintura. É importante destacar que as obras de Rothko são particularmente vulneráveis devido aos materiais modernos que utilizam e à falta de um revestimento protetor tradicional. Segundo a gerente de conservação da Fine Art Restoration Company, Sophie McAloone, mesmo pequenos arranhões podem afetar significativamente a experiência de visualização da peça.

Jonny Helm, gerente de marketing da Plowden & Smith, ressaltou que restaurar uma pintura de Rothko representa um desafio, especialmente porque a mistura de pigmentos e resinas do artista é complexa. Além disso, o fato de a pintura não ter verniz significa que está mais exposta ao ambiente, dificultando ainda mais o processo de conservação.

O incidente também traz à tona questões sobre a segurança e a exibição de obras de arte em museus que abrem seus arquivos para o público. Helm questionou como esse evento poderia influenciar instituições no Reino Unido que estão considerando expor obras que normalmente estariam arquivadas.

Vale lembrar que esta não é a primeira vez que uma obra de Rothko sofre danos. Em 2012, uma pintura sua foi vandalizada no Tate Modern, em Londres, resultando em um extenso processo de restauração que levou 18 meses para ser concluído.

Em relação ao seguro, Rachel Myrtle, da Aon, mencionou que as políticas de seguro de arte geralmente abrangem todos os riscos associados a perdas e danos físicos, o que inclui danos acidentais causados por visitantes, como crianças. Uma vez que a obra é danificada, o seguro do museu geralmente designa um ajustador especialista para avaliar a situação e recomendar opções de conservação.

No passado, o Museu Boijmans Van Beuningen também exigiu que visitantes pagassem por danos, como ocorreu em 2011, quando um turista danificou uma instalação artística. A resposta a esses incidentes varia de acordo com cada museu, como demonstrou um caso recente em Israel, onde uma criança que quebrou uma peça antiga não enfrentou consequências severas.

Esse incidente com a pintura de Rothko destaca a fragilidade da arte moderna e as complexidades envolvidas na sua conservação, além de evidenciar a necessidade de um equilíbrio entre acessibilidade e proteção das obras em ambientes museológicos.