Índia Suspende Fluxo de Água e Aumenta Tensão com Paquistão

A recente decisão da Índia de interromper o fluxo de seus rios para além de suas fronteiras internacionais gerou grande repercussão na política da região. O Primeiro-Ministro Narendra Modi declarou que “a água da Índia fluirá para o benefício da Índia, será conservada para o benefício da Índia e será utilizada para o progresso da Índia.” Essas palavras são um reflexo da crescente tensão entre Índia e Paquistão, especialmente após o ataque mortal a turistas na Caxemira indiana, que deixou 26 civis mortos.
As relações entre os dois países, que já se encontravam complicadas, deterioraram-se ainda mais com a decisão da Índia de suspender um tratado de compartilhamento de água de 65 anos, o Tratado das Águas do Indus (IWT) de 1960. Este tratado é considerado um exemplo de gerenciamento de recursos hídricos transfronteiriços e regulava o uso de seis rios que fluem do território indiano para o paquistanês, abastecendo cerca de 80% das terras cultiváveis do Paquistão.
A suspensão do IWT por parte da Índia é vista como uma resposta à acusação de que o Paquistão apoia o terrorismo transfronteiriço, uma alegação que o governo paquistanês nega veementemente. Líderes paquistaneses já alertaram que qualquer tentativa de interromper o fluxo das águas seria considerada como um ato de guerra.
Com a responsabilidade de gerenciar esse recurso hídrico de forma mais autônoma, Modi não detalhou como a Índia pretende armazenar e utilizar a água adicional, mas especialistas apontam que será necessário construir mais represas, reservatórios e lagos para esse fim, o que exigiria um tempo considerável para implementação.
Enquanto isso, os Estados Unidos reiteraram suas recomendações para que Índia e Paquistão busquem uma resolução pacífica e responsável para evitar um agravamento do conflito. A porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, enfatizou a importância de manter a paz e a estabilidade na região do Sul da Ásia.