Trégua entre EUA e China: Impactos da Redução de Tarifas

Recentemente, os Estados Unidos e a China anunciaram um acordo para reduzir as tarifas de importação sobre os produtos trocados entre os dois países. Esse entendimento representa uma grande desescalada na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, que já havia gerado consequências significativas para diversos países, inclusive o Reino Unido.
Após a escalada de tarifas iniciada pelo ex-presidente Donald Trump, ambas as nações confirmaram a diminuição das taxas. O acordo envolve o cancelamento de algumas tarifas e a suspensão de outras por um período de 90 dias, com data fixa até 14 de maio. Nesse novo cenário, as tarifas extras dos EUA sobre as importações chinesas caem de 145% para 30%, enquanto as tarifas chinesas sobre produtos norte-americanos caem de 125% para 10%.
Adicionalmente, a China suspendeu outras medidas não tarifárias que haviam sido implementadas como resposta às tarifas de Trump, como a exportação de minerais críticos para os EUA. No entanto, ainda há uma taxa adicional de 20% voltada para pressionar Pequim a combater o comércio ilegal de fentanil, um opióide potente.
O anúncio do acordo ocorreu após conversas entre os dois países na Suíça, que foram as primeiras conversas desde que Trump começou a guerra tarifária. Tentar prever os próximos passos nesse embate comercial tem se mostrado desafiador, mas esse acordo foi amplamente recebido como uma notícia positiva.
Embora as tarifas suspensas possam ser reinstaladas após 90 dias, as tarifas mais altas aplicadas anteriormente foram canceladas, resultando em tarifas que, mesmo que aumentadas, continuariam em níveis mais baixos do que antes. Conversas adicionais entre os governos estão programadas, o que pode levar a um novo acordo.
O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que ambos os lados não desejam um desacoplamento econômico, e o ministério do Comércio da China considerou o acordo um passo para aprofundar a cooperação e reduzir as diferenças entre os países.
Em termos de comércio, a principal categoria de produtos exportados pelos EUA para a China em 2024 foram os grãos de soja, utilizados principalmente na alimentação de porcos. Os EUA também venderam produtos farmacêuticos e petróleo para a China, enquanto a China exportou eletrônicos, computadores e brinquedos, sendo os smartphones a maior categoria de importação para os EUA.
Vale destacar que os EUA compram muito mais da China do que vendem para o país, o que gerou descontentamento em Trump, que usou as tarifas como um esforço para reduzir essa diferença. A guerra comercial mais recente resultou em uma queda nas exportações entre os dois países, mas a trégua gerou otimismo nos mercados, levando à valorização das ações de grandes empresas de transporte.
Apesar do acordo ser apresentado como um sucesso conjunto, especialistas acreditam que a percepção pode variar entre os países. Em Pequim, o acordo pode ser visto como um recuo dos EUA, enquanto os EUA enfatizam que a redução tarifária ainda resulta em taxas altas. A situação continua fluida, e o futuro das relações comerciais entre as duas nações permanece incerto.