Fofoca ou Babaleia?

Tudo que acontece no Brasil e no mundo você encontra aqui!
Demolições na Favela do Moinho: Impasse e Consequências

Nesta segunda-feira (12), as demolições na favela do Moinho, em São Paulo, foram temporariamente paralisadas devido a ameaças direcionadas a técnicos do governo. Nos bastidores, informações de negociadores indicam que indivíduos ligados ao tráfico de drogas insinuaram que a vida dos servidores em campo poderia estar em risco, resultando na interrupção dos trabalhos. Antes da chegada das máquinas da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, representantes dos moradores se reuniram em um ponto da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), onde a situação já demonstrava tensões: o governo anunciou o início das demolições, mas não houve consenso sobre o plano a ser seguido.

As demolições foram questionadas ainda por membros da comunidade que, em um tom de desconfiança, afirmaram que não poderiam garantir a segurança dos imóveis que estivessem lacrados e desocupados antes do avanço das máquinas. Apesar da resistência da comunidade, as operações foram iniciadas, resultando apenas na derrubada de seis casas. Uma das imagens recebidas pela CNN mostram que uma das habitações, previamente bloqueada, teve seus tijolos violados.

A situação se intensificou quando, por volta das 17 horas, um grupo de indivíduos incendiou trilhos de trem na região, uma ação que, segundo fontes das negociações, teria sido incitada por traficantes. Este momento de tensão ocorre enquanto 168 famílias já abandonaram o Moinho, uma área que foi convertida em um centro de operações do Primeiro Comando da Capital (PCC), que controla a cracolândia. O esvaziamento desta localidade é uma das estratégias do governo para controlar a circulação de usuários de drogas no centro da capital.

De acordo com o Ministério Público, a influência do PCC na área aumentou significativamente com o crescimento das atividades criminosas dos irmãos Moja, que comandam o tráfico. As informações indicam que o Moinho passou a ser um ponto chave para o tráfico, com uma rede de hotéis que serviam como pontos de venda e consumo de drogas, além de estarem associados a práticas de exploração como a prostituição infantil.

Contudo, o Ministério Público avalia que o projeto da atual gestão pode ser benéfico aos moradores, que desejam escapar dessa dinâmica de crime e encontrar um novo lar fora da influência do tráfico. Até o momento, 752 famílias já se manifestaram a favor do reassentamento, representando 88% do total visado; o movimento começou em abril e um número crescente de famílias já optou por novos imóveis.

Felício Ramuth, vice-governador de São Paulo, assumiu a responsabilidade pelo acompanhamento das operações e reafirmou que as demolições serão retomadas, caso necessário, com a presença da polícia para garantir a segurança das equipes. Ele enfatizou a adesão significativa dos moradores às propostas do governo, o que, segundo ele, indica que a gestão está no caminho certo para assegurar uma vida digna para essas famílias.

Outro ponto relevante é que os comerciantes da área também já iniciaram diálogos com as autoridades, e as negociações para a indenização e a realocação estão em andamento. As demolições, portanto, podem voltar a ser realizadas já nesta terça-feira (13).