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Alta Velocidade: O Futuro do Transporte nos EUA

O transporte ferroviário de alta velocidade (HSR) tem ganhado espaço em países como China, Japão e na Europa, enquanto os Estados Unidos, com uma população de 340 milhões de pessoas, ainda engatinham nesse setor. Atualmente, o país não possui ferrovias HSR, mas duas grandes obras estão em andamento e outras estão sendo planejadas.

Os projetos mais destacados incluem a linha que ligará San Francisco a Los Angeles e a rota de Las Vegas a Los Angeles. Enquanto a primeira apresenta grandes desafios devido às montanhas da Califórnia, a segunda conta com terreno mais favorável para a construção. Além disso, há planos para uma linha de HSR entre Portland, no Oregon, e Seattle, além de uma conexão entre Dallas e Houston, que encontra dificuldades após o cancelamento de um financiamento federal.

Em comparação, a China está rapidamente expandindo sua rede de HSR, que deve alcançar mais de 60.000 km até 2030. A Europa também investe pesadamente em HSR, com a Espanha liderando com 3.190 km de linhas. A falta de interesse do governo dos EUA em investir em HSR e a forte cultura de dependência de automóveis dificultam o avanço do setor ferroviário no país.

A Amtrak, companhia ferroviária de passageiros do governo americano, não opera linhas HSR e está programada para introduzir novas composições de alta velocidade, mas apenas uma pequena parte da linha entre Boston e Washington permite que os trens sejam realmente considerados HSR. Os projetos em andamento na Califórnia e Nevada não envolvem a Amtrak e são impulsionados por outras entidades.

Por outro lado, globalmente, 23 nações já implementaram HSR. Harnish, do High Speed Rail Alliance, destaca que para o funcionamento correto do HSR nos EUA, é necessário um caminho seguro, sem cruzamentos com rodovias e um corredor bem delimitado.

A HSR não é apenas uma questão de transporte; representa um novo modelo econômico. Cidades conectadas por HSR na China experimentam um crescimento de 14,2% em suas economias. Contudo, a construção de HSR em países vizinhos pela China também gera preocupações sobre o aumento da influência do país nas regiões.

Investir em HSR nos EUA exige uma mudança cultural em direção ao transporte público e uma reflexão sobre o futuro desejado. Para que o HSR seja viável nos EUA, Harnish afirma que a participação do governo federal é crucial, um aspecto complicado pelo recente cancelamento de financiamento e resistência a investimentos em ferrovias.

A questão também se estende à adequação das linhas HSR às cidades densamente construídas, como Dallas e Houston. A dificuldade de integrar novas linhas ao centro urbano é uma barreira a ser superada.

Por fim, a ideia de uma colaboração entre os EUA e a China para construir HSR pode parecer promissora, mas é politicamente delicada. Embora a parceria possa trazer avanços significativos, o atual clima de tensão entre as duas nações complica esse cenário.