Fofoca ou Babaleia?

Recentemente, a Qatar Airways anunciou um pedido impressionante de até 210 jatos da Boeing, o que representa um marco significativo para a indústria aeronáutica. O acordo, que foi divulgado durante a visita do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Oriente Médio, soma um valor total de cerca de 96 bilhões de dólares. Este é o maior pedido de aeronaves modelo 787 Dreamliner já realizado, um tipo de jato com fuselagem larga ideal para voos de longa distância.

Segundo o White House, o acordo está previsto para gerar aproximadamente 154,000 empregos na indústria norte-americana a cada ano de produção, o que é extremamente relevante para a economia do país. Tanto a Qatar Airways quanto a Boeing confirmaram a realização deste negócio, que se destaca também por ser o segundo acordo da Boeing anunciado durante a viagem de Trump, apontando a recuperação da empresa após enfrentar sérios problemas de fabricação e segurança.

A Boeing, que já havia sofrido um grande impacto devido à desaceleração de suas operações e a uma perda de mais de 10 bilhões de dólares no ano passado, viu suas ações se valorizarem em cerca de 20% desde janeiro, o que demonstra um crescente otimismo sobre seu futuro. O CEO da empresa, Kelly Ortberg, afirmou em abril que o plano de recuperação da Boeing estava em andamento, com a entrega de 130 aeronaves no primeiro trimestre do ano, um número superior ao esperado.

Com uma fila de espera de 5,600 aviões, o novo acordo com a Qatar Airways inclui a compra de 130 Dreamliners, 30 jatos 777-9 e uma opção para mais 50 unidades. Este acordo também faz parte de um conjunto mais amplo de 240 bilhões de dólares em “acordos econômicos” entre os EUA e o Catar, refletindo uma relação sólida entre a Boeing e a Qatar Airways, que já conta com 150 aviões Boeing em sua frota.

A importância do pedido vai além do valor financeiro; é um sinal do esforço da Boeing para reestabelecer sua posição no mercado depois de uma série de contratempos. No entanto, especialistas alertam que, apesar do montante significativo e da boa relação entre as empresas, não necessariamente indica uma demanda acelerada por novas aeronaves, uma vez que as companhias aéreas muitas vezes realizam pedidos com anos de antecedência.

Richard Aboulafia, um dos diretores de uma consultoria de aviação, afirmou que o pedido da Qatar Airways é uma vitória política e comercial para a Boeing, mas enfatiza que os problemas reais da empresa estão relacionados à sua capacidade de entrega, e não à demanda de mercado. Com uma crise de produção em andamento, a empresa precisa urgentemente resolver suas dificuldades para atender à crescente lista de pedidos.

Em conclusão, o pedido da Qatar Airways representa não apenas um grande sucesso comercial para a Boeing, mas também um momento importante na recuperação das operações da fabricante. Será interessante observar como a Boeing lidará com seus desafios de produção à medida que avança na entrega destas novas aeronaves.