Fofoca ou Babaleia?

Tudo que acontece no Brasil e no mundo você encontra aqui!
A Ameaça do Regime Iraniano no Exterior: Conexões Crime e Terror

Nos últimos anos, houve um aumento acentuado nos planos do regime iraniano para sequestrar ou assassinar dissidentes, jornalistas e adversários políticos que vivem no exterior. Relatos de agências de inteligência ocidentais indicam que essas tentativas se intensificaram dramaticamente desde 2022, colocando até mesmo o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, entre os alvos potenciais.

No Reino Unido, policiais investigam vários iranianos detidos, suspeitos de planejar um ataque terrorista, cujo alvo seria a Embaixada de Israel em Londres. Além disso, documentos judiciais da Turquia e dos EUA revelam que o Irã tem contratado gangues criminosas para executar assassinatos fora do seu território, uma alegação que o regime iraniano nega.

Um nome que aparece repetidamente nesses documentos é o de Naji Sharifi Zindashti, um chefão do crime iraniano conhecido por tráfico internacional de drogas. Seu nome foi associado ao assassinato de Saeed Karimian, diretor de um canal de TV persa em Istambul, considerado uma ameaça aos valores islâmicos pelo regime. Meses antes de sua morte, Karimian foi condenado à ausência a seis anos de prisão.

Outra figura em destaque é Massoud Molavi, um desertor do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), assassinado em 2019, cuja morte também trouxe à tona o envolvimento de Zindashti no assassinato de Karimian. A polícia turca descobriu que o jardineiro de Zindashti estava presente na cena do crime de Molavi, levando à suspeita de que ele estava envolvido na operação.

Zindashti foi brevemente preso, mas liberado controversamente após seis meses, fugindo logo em seguida para o Irã, o que levanta especulações sobre seu trabalho com a inteligência iraniana. Segundo um jornalista investigativo turco, Zindashti tem conexões com o regime e, quando pessoas indesejáveis são eliminadas, seus homens estão frequentemente presentes no local.

Em 2020, o nome de Zindashti apareceu em um novo processo por seu suposto envolvimento no sequestro de Habib Chaab, um dissidente iraniano. Em 2021, ele foi implicado em um plano de assassinato nos EUA, onde teria oferecido $370.000 a um membro de uma gangue para eliminar dois desertores iranianos em Maryland, mas a FBI interveio antes que o ataque ocorresse.

Investigadores descobriram que o IRGC e sua divisão de operações no exterior, a Força Quds, têm colaborado com organizações criminosas, como a Thieves-in-Law, para realizar sequestros e assassinatos em solo estrangeiro. Em março, um júri em Nova York condenou dois homens da Thieves-in-Law que planejavam assassinar a ativista iraniano-americana Masih Alinejad, por um preço de $500.000 oferecido por agentes iranianos.

Desde o assassinato pelo governo dos EUA do comandante do IRGC, Qasem Soleimani, em 2020, o Irã tem buscado vingança. As autoridades americanas afirmam que o regime iraniano está orquestrando planos para matar ex-membros da administração Trump envolvidos na morte de Soleimani, incluindo John Bolton e Mike Pompeo. Nos últimos anos, até mesmo tentativas contra Donald Trump foram relatadas, embora o Irã tenha negado fortemente essas alegações.

Como resposta a essa escalada de ameaças, os EUA e o Reino Unido impuseram sanções a indivíduos ligados às operações de inteligência iranianas. Recentemente, foram reportadas 20 ameaças credíveis contra indivíduos no Reino Unido associadas ao Irã, incluindo o caso de um homem checheno que foi preso por coletar informações para agentes iranianos.

As táticas do regime incluem a utilização de organizações criminosas para realizar atividades clandestinas, permitindo que eles desvinculem os ataques diretos do governo. Esse fenômeno, chamado pelo chefe de antiterrorismo do Reino Unido de “penetração gradual”, é uma estratégia que as autoridades tentam combater, expondo as relações entre criminalidade organizada e agências de inteligência.

Esses eventos revelam a complexidade e a gravidade das operações do regime iraniano no exterior, lançando luz sobre como o crime organizado e a espionagem estão interligados para eliminar vozes dissidentes e promover a agenda do governo.