Execuções de Canadenses na China: Tensão Diplomática em Alta

Recentemente, o governo canadense confirmou a execução de quatro cidadãos canadenses na China, o que acirrou ainda mais as relações diplomáticas entre os dois países. Todos os executados possuíam dupla cidadania, mas suas identidades foram mantidas em sigilo pela Ministra das Relações Exteriores do Canadá, Mélanie Joly.
A embaixada da China no Canadá pediu que Ottawa parasse de fazer “declarações irresponsáveis” e afirmou que havia evidências sólidas dos crimes cometidos. A China, conhecida por sua postura rígida em relação a crimes relacionados a drogas, agiu “em conformidade com a lei” e reiterou que não reconhece a dupla cidadania. Problemas anteriores entre Canadá e China, incluindo a detenção da executiva de telecomunicações Meng Wanzhou em 2018, já haviam criado um clima de tensão entre as nações.
Joly revelou que acompanhou de perto os casos e tentou, junto com outros oficiais e o ex-primeiro-ministro Justin Trudeau, impedir as execuções. O governo canadense fez apelos frequentes por clemência e se opõe categoricamente ao uso da pena de morte em todos os casos, em qualquer lugar.
A pena de morte na China é aplicada a crimes graves, inclusive os ligados a drogas, corrupção e espionagem. Estima-se que a China tenha uma das maiores taxas de execução do mundo, embora os números precisos sejam mantidos em segredo. A ativista do Amnesty International Canada, Ketty Nivyabandi, chamou as execuções de “chocantes e desumanas”, expressando preocupação sobre os cidadãos canadenses ainda encarcerados na China.
Um caso notável de um canadense condenado à morte é de Robert Lloyd Schellenberg, que em 2019 foi sentenciado por tráfico de drogas. Esse caso gerou indignação no governo canadense, mas Schellenberg não estava entre os executados. Joly afirmou que o Canadá continuará a condenar e pedir leniência por outros cidadãos em situações similares.
As relações entre Canadá e China se deterioraram ainda mais após a divulgação de alegações sobre interferência chinesa nas eleições federais canadenses, acompanhadas de uma retratação das tarifas retaliatórias impostas pela China Sobre produtos agrícolas e alimentares canadenses.
Texto escrito com base no artigo.