A Amazônia e a Crise da Água: O Que Precisamos Saber

A Amazônia, um dos biomas mais ricos em água do Brasil, enfrentou uma perda alarmante de 3,6% em sua superfície hídrica no último ano. Segundo dados recentes do MapBiomas, divulgados em 21 de junho de 2024, a seca extrema que assolou a região durante sete meses resultou em níveis de água abaixo da média histórica, impactando significativamente o ecossistema local.
Com 61% da superfície hídrica do Brasil, a Amazônia sofreu com a redução de quase dois terços de suas bacias hidrográficas. A situação foi mais crítica em áreas como a do Rio Negro, que registrou uma perda superior a 50 mil hectares em comparação à média histórica. Esse quadro preocupante sinaliza uma alteração drástica no ciclo hídrico da região, que já viu um aumento contínuo na seca nos últimos anos.
Além disso, o Brasil como um todo registrou uma perda de 2% na superfície de água em 2024, refletindo uma tendência de redução que se intensifica. Dados históricos, que remontam a 1985, mostram que os últimos dez anos incluem oito dos anos mais secos já registrados. Especialistas alertam que a dinâmica de ocupação do solo e as mudanças climáticas decorrentes do aquecimento global estão deixando o Brasil mais seco, potencializando os efeitos de secas e alterando significativamente o uso da água em diversas regiões.
O Pantanal, o maior bioma alagável do mundo, apresentou a maior perda em superfície de água, com um impressionante 61% abaixo da média histórica ao longo de 2024. Este cenário é um alerta sobre a capacidade do bioma de se recuperar e manter seu ecossistema saudável.
No Cerrado, os pesquisadores notaram uma inversão preocupante nas proporções de água natural para artificial. Se em 1985, 63% da água era natural, em 2024 esse número despencou para 40%, enquanto os corpos d’água artificiais subiram de 37% para 60%. Isso significa que a natureza está sendo cada vez mais substituída por reservatórios e represas, o que não reverte a tendência geral de redução hídrica.
O aumento de 54% na água antrópica, principalmente em regiões densamente habitadas como a Mata Atlântica, retrata um falso cenário de ‘abundância’ que ignora a drástica perda de água natural. Na verdade, biomas como a Amazônia e o Pantanal, que dependem de seus corpos hídricos naturais, sofrem com uma queda acentuada em suas fontes de água.
É crucial que a sociedade civil e os formuladores de políticas prestem atenção a estes dados alarmantes. O manejo sustentável dos recursos hídricos e a proteção dos ecossistemas naturais são essenciais para reverter as tendências de seca e garantir um futuro hídrico mais saudável. A pressão sobre a água na Amazônia e em outros biomas deve ser combatida com políticas eficazes e conscientes sobre a importância da preservação ambiental.
Texto escrito com base no artigo.