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Metrô: O que o Brasil pode aprender com o transporte global

Você já parou para pensar sobre a experiência de viajar para o exterior e, entre tantas loucuras do dia a dia, experimentar o transporte público de uma nova cidade? É uma sensação única que permanece na memória, quando observamos o cotidiano dos habitantes, o agito nas plataformas e até as peculiaridades, como os famosos “ratinhos” nos trilhos de Nova Iorque. Contudo, essa realidade fascinante contrasta com o nosso cotidiano brasileiro, onde a volta para casa significa reencontrar o carro na garagem e abrir mão de um transporte público de qualidade.

Os sistemas de metrô em cidades como Londres, Paris e Tóquio oferecem um fascínio que muitas vezes sentimos falta em nossas metrópoles. O Brasil começou tarde a construção de suas linhas, com São Paulo inaugurando seu metrô em 1974 e o Rio de Janeiro em 1979. Isso levanta um questionamento importante: por que estamos tão distantes de um sistema eficiente e acessível de transporte?

Um dos principais problemas que a população enfrenta é a falta de opção de metrô e o despreparo do transporte público. Muitas pessoas não utilizam o metrô e, por consequência, não se preocupam em buscar soluções para a sua melhoria. Um exemplo claro dessa realidade é a Linha 17 – Ouro em São Paulo, uma obra que deveria ter sido entregue em 2014, mas que ainda aguarda a sua finalização prevista apenas para 2026. A situação é alarmante: a demora gera uma poluição maior das cidades devido ao uso excessivo de automóveis e diminui a qualidade de vida dos moradores que poderiam estar usufruindo de um ar mais limpo.

Dados do Portal da Transparência revelam que, quando a Linha 17 estiver operando, teremos uma redução significativa na emissão de poluentes e gases do efeito estufa. Essa obra não é apenas uma infraestrutura de transporte, mas uma ferramenta poderosa na luta contra as mudanças climáticas e a promoção da saúde urbana. Desde 2014, estamos perdendo a chance de respirar um ar mais puro e de ver nossa cidade menos congestionada, tudo por conta de atrasos na construção que parecem ser eternos.

No Rio de Janeiro, a esperança de ampliação do metrô até a Barra da Tijuca durante os Jogos de 2016 foi frustrada: em vez de trilhos, os cariocas receberam um sistema BRT que, apesar de ser menos poluente que ônibus comuns, não é a solução mais eficaz que poderia ter sido implementada. E se considerarmos o investimento e o tempo que se teve para organizar eventos tão grandiosos, a frustração é ainda maior.

A realidade é que a comodidade de pegar o carro se transforma em um alto preço pago por todos nós, uma vez que reflete diretamente na qualidade do ar que respiramos e no congestionamento que enfrentamos diariamente. Para mudar essa situação, é necessário que toda a população se envolva e clame por um transporte mais digno, eficaz e sustentável. Vamos além de postagens nas redes sociais; é preciso se engajar de forma ativa, questionar e buscar mudanças que beneficiarão a todos.

O futuro do transporte público no Brasil está em nossas mãos. Juntos, podemos exigir um sistema que não só funcione, mas que também melhore a vida nas grandes cidades, contribuindo para um ambiente mais saudável e sustentável.

Texto escrito com base no artigo.