VLT em SP: Uma Nova Esperança para o Transporte Sustentável

A cidade de São Paulo já conheceu o funcionamento dos bondes elétricos, um antecessor do que hoje chamamos de VLT (veículos leves sobre trilhos). Esses bondes, que circularam até o final dos anos 1960, eram uma alternativa sustentável de transporte na época, ao utilizar energia elétrica e, assim, não contribuíam para o agravamento da poluição do ar, que se tornou uma preocupação crítica a partir da década de 1970.
Recentemente, novas medidas estão sendo adotadas para mitigar os impactos ambientais do transporte na cidade. Está prevista a construção de duas linhas de VLT que vão interligar diversos bairros do centro de São Paulo. O investimento nesta obra é de aproximadamente R$ 4 bilhões, sendo que R$ 1,3 bilhão será solicitado ao governo federal através do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). A expectativa é que o VLT consiga reduzir em 22.580 toneladas por ano a emissão de CO2, além de gerar um retorno significativo no mercado de crédito de carbono, estimado em R$ 10 milhões anuais.
Entretanto, o crescimento da frota de veículos em São Paulo desde a década de 1980 tem sido alarmante. A cidade passou a ter uma maior quantidade de carros particulares, em grande parte devido à insuficiência do transporte público. Apesar disso, a poluição do ar apresentou quedas em alguns poluentes, resultado de políticas públicas como o PROCONVE, que promoveu melhorias tecnológicas e na qualidade dos combustíveis utilizados.
Um dos poluentes que apresentou uma queda significativa é o MP10, que refere-se a partículas inaláveis mais grossas. Embora sua concentração continue acima do ideal, a tendência é de redução desde o final dos anos 1990. Outro poluente com tendência de queda é o monóxido de carbono, que, em exposições prolongadas, pode causar diversas complicações de saúde. Desde 2013, a média de monóxido de carbono em São Paulo tem se mantido abaixo dos limites recomendados pela OMS.
Além disso, a qualidade do ar melhorou com a redução do dióxido de enxofre, proveniente da queima de combustíveis fósseis, que pode agravar doenças respiratórias. Melhorias na qualidade do diesel contribuíram para essas mudanças, que mostram que as ações governamentais começaram a surtir efeito.
Porém, para uma mudança real e efetiva na qualidade do ar, é fundamental que as políticas de redução de emissões sejam acompanhadas de investimentos em um transporte público de qualidade. As cidades precisam urgentemente de soluções que incentivem o uso de transportes coletivos, de modo a reduzir a quantidade de automóveis nas ruas, melhorar a mobilidade urbana e garantir um ar mais limpo para a população.
A construção do novo VLT é um passo importante nesse caminho, refletindo a necessidade e a urgência de uma infraestrutura que associe acessibilidade e sustentabilidade no transporte urbano.
Artigo redigido com base no texto.